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A mediunidade


Por: Milena Araújo


“A mediunidade é aquela luz que seria derramada sobre toda carne e prometida pelo Divino Mestre aos tempos do Consolador, atualmente em curso na Terra.” Assim inicia Emmanuel no livro O Consolador a explicação sobre a Mediunidade no qual a Doutrina Espírita se ergue, como um dos seus princípios doutrinários.


Ao ser derramada por toda a carne, a mediunidade se torna atributo para todos os homens, constituindo patrimônio da alma imortal. Ela se diferencia conforme o grau de progresso de cada criatura e representa, e muito, a qualidade das percepções individuais que se afloram na individualidade.


Através da mediunidade o bom servo trabalha para que a Verdade seja compreendida e prevaleça sobre a Terra e nos corações da Humanidade. Com a ampliação de seus cinco sentidos, encontra na faculdade mediúnica, uma poderosa ferramenta de comunicação entre o mundo material e espiritual, ou como bem disse José Herculano Pires, a “Mediunidade é a faculdade humana, natural, pela qual se estabelecem as relações entre homens e espíritos. ”


No Evangelho Segundo o Espiritismo, cita-se que “[...] para conhecer as coisas do mundo visível e descobrir os segredos da natureza material, Deus deu aos homens a visão física, os sentidos corporais e os instrumentos especiais. Com o telescópio, ele mergulha o seu olhar nas profundezas do espaço, e com o microscópio descobriu o mundo dos infinitamente pequenos. Para penetrar no mundo invisível, deu-lhe a mediunidade. ”


Portanto para que a mediunidade se manifeste, é o médium o interlocutor dessa comunicação com o mundo espiritual. No Livro dos Médiuns, a definição sobre quem ele é, esclarece que “Toda pessoa que sente a influência de Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é um médium. [...] Pode-se dizer, então, que todo mundo é mais ou menos médium.”


Com a faculdade organizada, mais ou menos sensitiva, cabe ao médium aceitá-la e trabalhar com humildade frente ao objetivo Maior. É imperioso esclarecer que a mediunidade é um valioso presente dado por Deus aos seus filhos em redenção. Através dela, bons frutos poderão ser colhidos em favor do próximo e do próprio médium, pois que se torna virtuosa fonte de bênçãos se utilizada com devotamento e sem vaidade.

Embora existam diferentes graus de manifestação da mediunidade, nenhuma delas se sobressai sobre a outra. Todas as faculdades mediúnicas convergem para o médium Maior Jesus e por essa razão, se faz necessário expressá-la com amor e simplicidade. As mensagens e orientações do Além revelam algo de bom, de útil e de teor agradável à Humanidade quando provenientes das fontes do Bem.


Quando encarnado, o homem é cercado de obrigações que necessita cumprir. Se esforça para realizar algo bem feito e de nobre valor. Quando portador de mediunidade, independentemente do gênero que a qualifica, o médium tem por obrigação estudar e evangelizar-se, segundo orienta Emmanuel, “[...] O médium tem obrigação de estudar muito, observar intensamente e trabalhar em todos os instantes pela sua própria iluminação. Somente desse modo poderá habilitar-se para o desempenho da tarefa que lhe foi confiada, cooperando eficazmente com os Espíritos sinceros e devotados ao bem e a verdade.”


Portanto a faculdade mediúnica é amplo terreno de serviço e de edificação moral. Por ela a criatura vem a desabrochar a comunicação perfeita. Comunicação que transcende percepções não captadas por nenhum dos cinco sentidos.

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Referências:

1- XAVIER, Francisco Candido. O Consolador. Pelo espírito Emmanuel, q. 382, digitado por: Lúcia Aydir

2- PIRES, J. H. Mediunidade (Vida e Comunicação) - Conceituação, da Mediunidade e Análise Geral dos seus Problemas Atuais. 5. ed., São Paulo: Edicel, 1984.

3- KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução Karine Rutpaulis, 6. ed, São Paulo : Mundo Maior Editora, 2012.

4- KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução Maria Aparecida Becker,2. ed., São Paulo Mundo Maior Editora, 2012.

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