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As predições de Jesus


Por: Fernanda Machado

Prezados irmãos, este artigo tem por objetivo elucidar a respeito das predições de Jesus Cristo.


Ele previa os acontecimentos? Como? Por qual motivo? Vamos juntos analisar todos esses pontos, à luz da fé raciocinada, como nos ensina a Doutrina Espírita.


Nós, encarnados, não temos conhecimento sobre o que acontecerá no futuro. Deus assim deseja, pois se soubéssemos acerca do porvir, muito provavelmente nos descuidaríamos do presente. Se alguém enxergasse que conseguiria passar em determinado concurso poderia relaxar e não estudar, pois tomaria como certo o sucesso em seu propósito. Não haveria mérito na conquista. Da mesma forma, sabendo que não passaria, também não se esforçaria para atingir seu objetivo, tornando-se preguiçoso e desanimado. Além disso, sua iniciativa e seu livre-arbítrio seriam impossibilitados.


Raras vezes Deus aprova a revelação do futuro aos homens e, quando o faz, é para que possamos modificar nossa forma de agir ou, então, para nos submeter a uma prova. Imaginemos uma pessoa que saiba que vai ganhar muito dinheiro na loteria. A partir desse conhecimento, ela pode vibrar no bem (pensar que poderá aliviar as aflições daqueles que passam fome, por exemplo) ou vibrar no mal (como pensar em abandonar o cônjuge doente para poder se aventurar livremente nas paixões que a fortuna pode proporcionar). Tal é o livre-arbítrio. Também consistirá em prova caso a predição não venha a ocorrer, pois aquele homem terá que lidar com a decepção. Sejam quais forem os sentimentos causados pela revelação, nós temos total responsabilidade pela ação que tomamos a partir daí (KARDEC, 2013, p. 318).


Em “A Gênese”, um dos livros do Pentateuco Kardequiano, nos é apresentada uma situação a fim de entendermos sobre as predições, isto é, a teoria da presciência. Conta-se que, um homem localiza-se no alto de uma montanha, observando outro homem, que está a percorrer um caminho lá embaixo. Este último não sabe quais dificuldades e facilidades encontrará em seu percurso, pois não consegue enxergar. Não sabe se encontrará alimento e água, um animal feroz, um rio difícil de transpor, etc. Já o homem no cume da montanha consegue saber sobre tudo isso, pois está olhando de cima, possui uma visão mais abrangente. Da mesma forma acontece com os espíritos que nos transmitem as predições, pois são como o homem na montanha, enquanto que nós, encarnados, somos como o viajante lá embaixo, que segue sua rota (KARDEC, ano, p. 318). “A Gênese” ainda esclarece que: “Os Espíritos desmaterializados são como o homem da montanha; o espaço e a duração não existem para eles. Mas a extensão e a penetração da vista são proporcionadas à depuração deles e à elevação que alcançaram na hierarquia espiritual. Com relação aos Espíritos inferiores, aqueles são quais homens munidos de possantes telescópios, ao lado de outros que apenas dispõem dos olhos. Nos Espíritos inferiores, a visão é circunscrita, não só porque eles dificilmente podem afastar-se do globo a que se acham presos, como também porque a grosseria de seus perispíritos lhes vela as coisas distantes, do mesmo modo que um nevoeiro as oculta aos olhos do corpo” (KARDEC, 2013, p. 318).


Isto posto, podemos compreender que Jesus tinha sim essa capacidade (em um grau eminente) de prever os acontecimentos, justamente por ser um espírito elevadíssimo. Ele possuía a visão espiritual e a penetração de seu pensamento o tempo todo, portanto não precisava estar desmaterializado para saber dos acontecimentos. Sua aptidão também nada tinha de mágico ou anormal, pois o dom da predição é real e é explicado pelas leis divinas e pelas leis existentes entre o mundo visível e o invisível. Ainda é difícil para nós, em nosso atual estágio evolutivo, entender exatamente os pormenores desse dom. Nos falta um sentido para o total entendimento, assim como falta a visão a um cego.

É importante destacar que a duração do tempo, da forma em que conhecemos no planeta Terra, não existe para os espíritos. O tempo é infinito e o espaço também tem um conceito diferente do nosso. Dessa forma, quando ouvimos, no meio espírita, qualquer previsão acerca de que são chegados os tempos para qualquer coisa, lembremos de que esse tempo pode estar ainda muito distante. No entanto, em comparação com a eternidade de nossa existência, está próximo. O mesmo vale para a predição de Jesus referente ao fim dos tempos (KARDEC, 2013, p. 319).


O Cristo foi o homem mais evoluído que esteve encarnado no planeta Terra. Por este motivo, muitos de seus ensinamentos e predições ainda hoje são complexos ao nosso entendimento de espíritos imperfeitos.


Sigamos em frente, sem nunca esquecer de vigiar e orar, como Ele nos ensinou.


Abraços fraternos a você e a todos em seu lar!

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Referências:

KARDEC, A. A gênese. FEB, Rio de Janeiro. Edição em formato digital. Disponível em: https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/07/A-genese_Guillon.pdf. Acesso em: 20 de julho de 2020.

KARDEC, A. O evangelho segundo o espiritismo. FEB, Rio de Janeiro. Edição em formato digital. Disponível em: https://febnet.org.br/wp-content/themes/portalfeb-grid/obras/evangelho-guillon.pdf. Acesso em: 25 de julho de 2020.

KARDEC, A. O Livro dos espíritos. FEB, Rio de Janeiro. Edição em formato digital. Disponível em: https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/07/135.pdf. Acesso em: 20 de julho de 2020.

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