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Cópia de Paixões e o limiar da razão


Por: Guilherme Carvalho 

 

À época do Mestre Jesus temos relatos numerosos de criaturas apaixonadas pelo seu magnetismo que era único, inigualável. Recordemos uma lição imperiosa para este caso particular, o uso da paciência. Maria de Magdala, após passar pelo processo de cura d’alma, apaixonou-se por Ele e decidiu dedicar-se na existência para segui-lO e propagar seus ensinamentos. Vemos aqui que o problema não são as situações a que estamos ligados, mas o que fazemos com elas.

 

Ao analisarmos a paixão e a razão, lidamos com duas faces que o ser humano possui consigo: o lado emocional onde jazem os ímpetos, as pulsões que nos inspiram a cometer todo tipo de ação a depender do momento, e o lado racional onde quando mal equilibrado nos impossibilita de muitas realizações, porque anula-se do ser uma característica importante, a espontaneidade. Conduzimos o pensamento que espontaneidade difere de imprudência, e os dois cabem em ambas as análises de correspondência inteligente do ser. 

 

Que se entende por paixão? Relata-nos a ciência moderna que a paixão age em nosso cérebro tal qual uma droga, proporcionando ondas de prazeres curtos, causando picos implosivos na criatura que está sujeitada à suas ações. Enxergamos aí uma mera questão fisiológica do corpo utilizado pelo Espírito que somos, mas dentre estas consequências, há aquelas que atingem a programática reencarnacionista. 

 

Os grandes contribuidores da Humanidade e do Espiritismo, discorrem em O Livro dos Espíritos, na questão 907, quando são indagados sobre a natureza das paixões: “Não; a paixão está no excesso de que se acresceu à vontade, visto que o princípio que lhe dá origem foi posto no homem para o bem, tanto que as paixões podem levá-lo à realização de grandes coisas. O abuso que delas se faz é que causa o mal” (KARDEC, 2023, p. 324). 

 

A razão, em suma, é erroneamente atrelada a intelectualidade material do ser, porém, isto não condiz com patamar, nem classe social. Enseja-nos o Espírito Emmanuel no livro O consolador, na questão 199 acerca da razão: “Pela insânia da razão, sem a luz divina da fé, a força faz as suas derradeiras tentativas para assenhorear-se de todas as conquistas do mundo” (XAVIER, 2019, p. 72).

 

Resgatando o conceito de dor regeneradora e educadora, a paixão mostra-se também no Cristo, exemplo de dedicação que, suportando as vicissitudes que lhe foram impostas pelos seus escolhidos. A paixão do Cristo segundo a benfeitora Joanna de Ângelis é “... um estímulo constante a que se compadeçam os indivíduos uns pelos outros, sustentando-se nas dores e dificuldades, jamais piorando suas necessidades ou afligindo-se mais através dos instintos agressivos, por acaso prevalecentes em sua natureza animal” (FRANCO, 2022, P. 31). 

 

Mediante tantos conselhos, dos que trajando uma vestimenta carnal cumpriram suas funções, tornando-se úteis para si e para o coletivo. Devemos interseccionar a paixão, vontade ardente, a razão, intelecto latente, equilibrando-nos na linha tênue da saúde e vida plena. 

 

Transmutar a natureza das adversidades que nos chegam é a sublime tarefa regeneradora do Espírito consciente, não se deixar levar pelas más inclinações de que somos portadores é dever, por meio do qual esclarece-nos os Benfeitores Espirituais, dia após dia, incessantemente içando o burilamento interior em cada ser pertencente à Humanidade, fazendo, desta forma, brilhar a nossa Luz. 

 

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Referências: 

1- FRANCO, Divaldo Pereira; Plenitude. Salvador/BA: LEAL, 2022. 

2- KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 1ª ed. - Campos dos Goytacazes/RJ - Editora Letra Espírita, 2022 

3- XAVIER, Francisco Cândido. O consolador / ditada pelo Espírito Emmanuel. FEB – Federação Espírita Brasileira. 2019. 

 

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