Por: André Franchi
Considerado um dos grandes males da atualidade, o suicídio é um ato inferior, impensado e ilógico. É na verdade, uma ilusão de liberdade que não se concretiza. Por isso, o ato suicida precisa ser desmistificado e desconstruído, buscando compreender que não existe um caminho fácil para a resolução dos problemas e não há como abandonar os fardos e malas na estrada, sem que haja consequências piores. Afinal de contas, quem disse que a vida acaba aqui e que não há um “depois”? Quem garante que a morte vai realmente encerrar seus problemas?
O suicídio surge como uma alternativa falsa aos que acreditam que podem interromper seus sofrimentos, angústias, ansiedades e falta de perspectivas. Na verdade, trata-se de um desvio errôneo, onde o arrependimento não poderá ser mais alcançado, sem o pagamento de um preço muito alto.
Neste momento, devemos refletir sobre o que está motivando o desejo de interromper a própria vida. Será a infelicidade? E o que está nos impedindo de ser feliz?
Primeiramente, é necessário entender que não existe felicidade plena e contínua nesta vida, senão teríamos que viver numa espécie de êxtase ou de entorpecimento, onde não seríamos sensíveis aos problemas e a nenhum tipo de sentimento ou pensamento triste ou ruim. Em seguida, devemos compreender que, o que temos, de fato, em nossas vidas, são momentos de felicidade, que trazem sensações temporárias de alegria, bem-estar, contentamento ou satisfação. É um estado transitório que pode ser alcançado ou não e, que pode durar pouco ou muito. Não devendo ser encarado como uma meta, objetivo ou finalidade em nossas vidas, mas sim como uma consequência das nossas atitudes e condutas em nossa caminhada. Tudo isto é importante para não criar uma expectativa falsa que nos leve a frustração, e sim, para trazer uma perspectiva mais realista, que nos faça mais sentido e que seja mais concreta.
No decorrer desta vida, vivenciamos o desmoronamento de alguns sonhos, que pelo nosso próprio anseio, deveriam se tornar realidade. Decepcionados, frustrados e desiludidos, assumimos papel de vítimas iniciando um processo que na verdade é uma perigosa armadilha. Nesta “vitimização” passamos a enxergar o mundo como nosso carrasco ou perseguidor, tendo nossas mentes dominadas por lamentações, angústias, medos e ansiedades. Tudo e todos ao nosso redor se transformam em credores, adversários ou simplesmente indiferentes e, sentimos o peso dos nossos problemas como uma carga insuportável.
A estima é afetada e entramos num estado de prostração e desânimo, ao ponto de acreditarmos que até as forças superiores estão contra nós. Este processo é uma espécie de estado hipnótico e doentio, que não passa de um mal súbito, onde nossa perspectiva é totalmente desnorteada e nossa escala de valores é desorganizada.
Assim como uma enfermidade, a vitimização tem cura e precisa ser tratada. Uma das causas deste mal está intimamente ligada ao egocentrismo predominante no ser humano, que tende a maximizar seus problemas e anseios. Com atitudes individualistas, a maioria se habitua a ter comportamentos que beneficiam a si próprio e não percebem a repercussão destes atos na vida do próximo.
Desta forma, criamos um universo particular, onde só interessa a nossa pessoa, os nossos problemas, os nossos desejos e não enxergamos mais nada, além de nós mesmos. Ficamos incapazes de ter uma noção relativa de nossos conflitos e não enxergamos que existem coisas piores e mais graves acontecendo com outras pessoas.
Reconhecer que estamos assumindo uma postura de vítima, é o primeiro passo para o tratamento, buscar ajuda especializada é o complemento. E aqui a medicina nos traz algumas opções, como a psiquiatria, psicologia e outras especialidades voltadas à saúde mental e emocional.
É necessário compreender, também, que nem sempre o nosso problema é o maior de todos ou que somos a pessoa mais infeliz do mundo. É preciso expandir a nossa percepção para entender que existem mais de 2 trilhões de galáxias no universo e, apenas em nossa galáxia, a Via Láctea, são aproximadamente 100 bilhões de planetas. Isto significa que a Terra é como um pequeno grão de areia, onde vivem aproximadamente 8 bilhões de seres humanos. Então será que realmente nossos problemas são tão significativos e importantes ao ponto de pensarmos que somos os únicos sofredores nesta imensidão?
O universo é feito de matéria constituída de infinitésimas partículas, que Albert Einstein afirmava serem constituídas de energia. Então, todo universo, os planetas e os seres, são organizações de energias condensadas. E o que faz com que tudo isto não se esvaia na forma de um poderoso feixe de luz? Que força superior é esta que predomina nestas organizações? Seriam estas partículas combinadas ao acaso e unidas de forma aleatória? De forma despretensiosa e científica, o homem provou a existência de Deus como a força superior que combina, cria e mantém todo o universo em harmonia através das leis naturais.
Diante destas Leis que regem o Universo, instituídas por Deus, devemos nos perguntar se temos, realmente, o direito de interromper nossas vidas.
1- Continuidade da vida e justiça divina
Será que a vida continua, mesmo após o cometimento do suicídio? Os problemas definitivamente terminam com a morte?
Estas e outras dúvidas podem ser esclarecidas com uma busca pela internet e em literaturas especificas sobre a vida após a morte do corpo físico. É claro que existem pessoas e instituições, que por interesses egoístas ou por vaidade, dificultam a compreensão e aceitação destes fatos já estudados e comprovados pelo Espiritismo. A continuidade da vida pode ser observada, também, na terapia de regressão a vidas passadas, técnica utilizada por alguns profissionais da área da Psicologia. Esta metodologia ajuda os pacientes a localizarem acontecimentos de existências passadas que possam ser a origem de traumas e complexos do presente.
A sobrevivência da alma é comprovada através de casos verídicos de reencarnação, transformados em livros, filmes, artigos científicos e acadêmicos e também através do intercâmbio realizado com o mundo extrafísico ou espiritual, trazido à tona pela Doutrina Espírita. A comunicação entre os “mortos” e os vivos já produziu centenas de obras traduzidas em várias línguas e consideradas best-sellers, como as psicografadas pelo médium brasileiro, Chico Xavier. Existem casos em que as comunicações têm tanta riqueza de detalhes e particularidades que se tornam provas irrefutáveis da continuidade da vida.
Diante do exposto concluímos que o suicídio é o descarte do corpo físico, mas a vida não está encerrada ou finalizada, ao contrário, tudo continua!
Considerando-se esta continuidade e retomando o questionamento sobre termos o direito ou não de interrompermos uma vida, que é regida pela justiça divina, devemos compreender que Deus, não é o responsável pelos nossos sofrimentos, mas talvez, nós mesmos. Também é importante levar em conta que estes sofrimentos do presente, podem ter sua origem em erros nossos do passado, por mais que não possamos nos lembrar. Então, de certa forma, as dores, sofrimentos e angústias de hoje, são reparações de erros cometidos em existências passadas e que podem ter provocado prejuízos a outras pessoas. Não como se estivéssemos sendo punidos, mas sim como se estivéssemos passando por um processo de "aprendizado" para não repetirmos as mesmas falhas.
É necessário compreender que, nesta existência, iremos passar por provações e expiações para aprender a cometer menos erros, reparar prejuízos provocados a outras pessoas e, evoluir moralmente. Que existirá uma continuidade onde nossa resignação (capacidade de aceitar o sofrimento com serenidade) e o nosso aprendizado serão compensados com perspectivas de novas e melhores existências; que nossa estada aqui nada mais é que uma etapa a ser cumprida e que não deve ser interrompida, seja de forma consciente ou negligente. Sim, porque aquele que negligentemente se submete a experiências que são danosas ao seu corpo físico, também busca a interrupção de sua jornada, mesmo que não intencionalmente.
2- Orientações
As informações aqui propostas são embasadas e explicadas pela Doutrina Espírita, no tríplice aspecto da Filosofia, Ciência e Religião, que tem no evangelho de Jesus Cristo sua base moral. Codificada por Allan Kardec, a Doutrina Espírita apresenta interpretações e explicações profundas e reflexivas que desvendam os mistérios de nossas existências e do Universo.
Dirija-se a um Centro Espírita, procure conhecer esta Doutrina esclarecedora que já mudou para melhor a vida de milhões de pessoas e acredita que, no futuro, as religiões convergirão para crenças únicas que serão comprovadas e aceitas por toda humanidade.
No caso específico das terríveis consequências do suicídio, recomendamos também a leitura do livro “MEMÓRIAS DE UM SUICIDA”, psicografado pela médium Yvonne do Amaral Pereira, que elucida e expõe tudo o que realmente acontece após um ato tão impensado.
Que Deus ilumine seu caminho!
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