top of page

Reflexão Sobre a Mediunidade


Jackelline Furruti

A Mediunidade pode ser ilustrada de diversas formas. Quando se trata de ilustrar a jornada mediúnica, poderíamos compará-la com o processo de fabricação de um lapis que se inicia em uma muda, já existente em essência mas sem grande atividade. Quando essa muda cresce, ela se torna uma árvore e já possui todas as propriedades necessárias para diversas formas de servir.


Daí surgem as buscas por respostas à inúmeros questionamentos: “Pra que eu sirvo? O que são essas vozes que me orientam ou me tentam?”


A árvore já produz galhos e pelas mãos dos homens, transformam -se em cilindro, porém, vazio.


Parte o indivíduo para preencher esse vazio, a se dedicar aos estudos, buscar informações, teorias, relatos de vivências, experiências. As coisas vão clareando, o vazio vai se preenchendo como um grafite. Já se sabe que este é o caminho, já se pode escrever com o lápis mas sem precisão e segurança.


Mas já se tem um lápis!


É quando se entra na ZONA DE CONFORTO. Esse é o momento de maior aprendizado mas também o de maior acomodação. O ser se sente confortável em estar aprendendo, afinal, aprender é sempre muito bom! O medo neste momento cria um peso sobre esse aprendizado, o ego passa a comandar suas ações.


“Até aqui estamos garantidos! Não avance! Já é o bastante! As pessoas sabem que você sabe! Para quê se expor? Por que se arriscar? Fique como está! Aprendizado é fonte infinita! Está cedo! Você não está pronto ainda!”. Todas estas afirmações(veja como o ego atua, afirmando), te seguram e trazem uma certa estagnação.

O lápis já pode escrever, mas precisa ser apontado. É onde entra a RESPONSABILIDADE. Para apontar o lápis, o indivíduo precisa tomar esta decisão e assumir todas as consequências. O lápis precisará sofrer golpes, duros golpes, cortes, sua ponta poderá quebrar, poderá ficar mole, solta dentro da madeira...


E a responsabilidade dói, te testa, te quebra, te faz solto e vulnerável. A responsabilidade junto com o ego forma a maior de todas as barreiras, pois o ego se apoia neste que é um dos sensos mais admirados na sociedade. “Tenho medo, não me arrisco porque sou responsável!”


É o medo pesando, é o ego.


Mas uma voz te chama; a CURIOSIDADE o instinto evolutivo.


“E se eu apontar esse lápis e ele não quebrar? Eu posso escrever, pintar, criar, ensinar, aprender, me comunicar!"

A curiosidade ainda com vestígios da responsabilidade e certo vínculo com o medo, se torna benéfica e consciente. Ela te leva a tentar, a agarrar o estilete e tirar as lascas do lápis. A madeira que reveste e isola o grafite já não prevalece, e pouco a pouco o que mais importa é o interior.


É quando neste ponto, pratica-se a reforma íntima. Despe-se do ego no sentido negativo e fica-se apenas com o positivo: “Eu posso errar, eu tenho o direito de tentar, se eu acertar eu posso ensinar como se faz e se eu errar eu posso ensinar com a experiência negativa que tive. Eu posso aprender e ensinar a todo tempo.”


E então surge, desponta firme e preciso um lápis pronto pra escrever histórias, registrar memórias, se comunicar, se tornar comunicante.


Assim é a mediunidade. Uma corda bamba onde o que mais pesa e turva nossas percepções é o ego. Do outro lado não há nada que nos faça cair, tudo nos eleva. A humildade te entrega a maior das dádivas que é a de se permitir e é sobre se permitir, largar o peso do medo e seguir nessa tênue linha que são as comunicações mediúnicas que deves caminhar. O equilíbrio conquistado, ganha um impulso especial, leve e transformador, nada te tirará do eixo, porque pouco fará diferença o que tiver debaixo de seus pés, a linha já não te prenderá porque a sua fé vai te dar toda a sustentação. É o momento onde perceberás o quanto és miúdo e infantil em tantos atos, o quanto por medo, não te permites avançar, quando na realidade a todo tempo poderias ter caminhado sem medo de cair.


Mais forte que o peso do ego é a leveza da fé. Liberte-se do medo egocêntrico e a fé te dará asas.


Solte o peso, seja lápis, sirva, escreva, permita-se apagar, corrigir, acertar, dizer, receber e enviar. Transite por essa linha sem medo da queda. Não há queda pra quem tem fé, porque a fé direciona, traz certeza...a fé ELEVA.

106 visualizações

Posts Relacionados

Ver tudo

3 Comments


Unknown member
Mar 20, 2019

sinto exatamente isso. texto perfeito .Vou me permitir , me libertar do medo.

Like

Unknown member
Mar 05, 2019

A mediunidade é um presente que devemos compartilhar com os irmãos que necessitam de auxílio. Uma oportunidade de crescermos no bem.

Like

Unknown member
Mar 03, 2019

Acredito plenamente que vamos estar em lugares que estamos em sintonia.

Like
bottom of page