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A importância de divulgar o Espiritismo
Por: Núbia Miller Introdução: Desde o advento da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, através de suas Obras Básicas, escritas entre 1857 e 1868, ainda no século XIX, a divulgação dos princípios básicos e ensinamentos do Espiritismo tem se mostrado tarefa essencial ao cumprimento de sua missão junto à Humanidade – a propagação do Evangelho de Jesus. Não se trata de ideologia, ou mesmo, uma conversão forçosa, mas sim, oferecer ao mundo, com clareza e responsabilidade, a consolação...
![Por: Núbia Miller Introdução: Desde o advento da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, através de suas Obras Básicas, escritas entre 1857 e 1868, ainda no século XIX, a divulgação dos princípios básicos e ensinamentos do Espiritismo tem se mostrado tarefa essencial ao cumprimento de sua missão junto à Humanidade – a propagação do Evangelho de Jesus. Não se trata de ideologia, ou mesmo, uma conversão forçosa, mas sim, oferecer ao mundo, com clareza e responsabilidade, a consolação e as luzes do entendimento que o Espiritismo proporciona, com base científica, religiosa e filosófica. Assim, esse estudo traz uma pequena reflexão sobre a importância de divulgar o Espiritismo, à luz da orientação doutrinária, ressaltando o compromisso ético e religioso. A Doutrina Espírita e a sua Missão: Segundo Kardec, o Espiritismo vem cumprir, nos tempos preditos, o que o Cristo anunciou e preparar a realização das coisas futuras 1 . A Doutrina Espírita não se ocupa apenas de explicar fenômenos mediúnicos de forma esparsa, mas sim, oferecer uma visão raciocinada da vida, da imortalidade da alma, da reencarnação e da Lei de Causa e Efeito. O próprio Codificador Allan Kardec explica que o Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica 2 , e sua missão é iluminar a consciência, oferecendo fundamentos sólidos para a compreensão das Leis Divinas. O Espiritismo não veio destruir ou mesmo substituir as crenças religiosas já existentes, mas antes de tudo, explicá-las: O Espiritismo não é uma luz nova, mas uma luz mais viva, porque veio dissipar as trevas 3 . Por essa razão, a missão do Espiritismo é, inevitavelmente, uma missão de divulgação, pois sem que seus princípios sejam conhecidos, não poderão cumprir sua finalidade em promover o progresso moral e intelectual da Humanidade. A Importância da Divulgação Doutrinária: Divulgar o Espiritismo é, antes de tudo, um compromisso moral e, também fraterno. Como cita Kardec: “ Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más ” 1 . Nesse sentido, a divulgação representa um dos mais nobres instrumentos de caridade espiritual, pois visa proporcionar ao próximo orientação, consolo e esperança diante das adversidades da vida. A divulgação faz-se necessária para combater a ignorância e o preconceito, ainda existentes em relação a Doutrina. Kardec, com lucidez, advertiu: “ Propagar a doutrina é uma necessidade. Um dos maiores obstáculos capazes de retardar a propagação da Doutrina seria a falta de unidade. O único meio de evitá-la — senão quanto ao presente, pelo menos quanto ao futuro — é formulá-la em todas as suas partes e até nos mais mínimos detalhes, com tanta precisão e clareza, que se torne impossível qualquer interpretação divergente 4 . Por fim, a divulgação colabora diretamente para o progresso coletivo, pois amplia o acesso a verdades espirituais que podem auxiliar na renovação moral dos indivíduos e da sociedade como um todo, em conformidade com a Lei do Progresso. Responsabilidade e Ética na Divulgação: Divulgar o Espiritismo, no entanto, exige compromisso e muita responsabilidade de seus adeptos, além de equilíbrio e respeito pela liberdade de consciência alheia. Kardec nos advertiu que o Espiritismo respeita todas as crenças; não impõe, aconselha; não força, convida 3 ao estudo, entendimento e discernimento. Não se trata de impor crenças ou buscar novos adeptos, mas sim, apresentar a Doutrina Espírita com fidelidade e clareza, permitindo que cada um faça suas próprias escolhas no uso do seu livre-arbítrio. O Espiritismo é, por natureza, e antes de tudo, uma proposta racionalizada, que nos remete à razão antes mesmo de tocar o coração: “ Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade ” 1 . Portanto, a ética e a conduta na divulgação da doutrina implicam em respeitar as crenças de todos, priorizando conteúdos educativos, acima de manifestações espetaculares ou fenomênicas, sem personalismos ou interpretações arbitrárias, utilizando os meios de divulgação atuais e com bom alcance. Vivemos um momento histórico muito privilegiado, em que a tecnologia e os meios de comunicação facilitam, como nunca antes, a difusão do conhecimento. O Espiritismo pode — e deve — utilizar essas ferramentas com sabedoria e discernimento. Kardec reconhecia a importância dos meios de divulgação da Doutrina: “ A imprensa é, neste século, o mais poderoso meio de propagação 4 ”. Hoje, além dos livros, palestras, seminários, grupos de estudo, programas de rádio e televisão, e principalmente as plataformas digitais, são canais valiosos para levar a mensagem espírita a diferentes públicos e em diversos públicos. Entretanto, é indispensável que tais iniciativas sejam sempre pautadas pela fidelidade doutrinária, evitando sensacionalismos e respeitando os princípios básicos da Codificação. A divulgação contemporânea exige também preparo, estudo constante e espírito de serviço coletivo, para que se mantenha o caráter educativo, consolador e iluminador que caracteriza o Espiritismo. Conclusão: A divulgação do Espiritismo não é apenas uma possibilidade, mas uma necessidade e um dever para aqueles que compreendem a grandiosidade de sua missão junto à Humanidade. Sem divulgação, a Doutrina Espírita não pode cumprir plenamente seu papel de orientação e consolo; com ela, multiplica-se a possibilidade de que mais corações encontrem, na mensagem espírita, a luz necessária para enfrentar os desafios da existência terrena. Que cada Espírita, consciente dessa responsabilidade, possa contribuir, conforme suas possibilidades e aptidões, para a divulgação séria, ética e amorosa da Doutrina Espírita, pretendendo sempre a reforma moral, através dos esforços em domar cada má tendência. ========== Referências: 1. KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo . Tradução de Guillon Ribeiro. Campos dos Goytacazes: Editora Letra Espírita, 2023. 2. KARDEC, A. O que é o Espiritismo , 37ª edição, Brasília: FEB, 2005. 3. KARDEC, Allan. Revista Espírita: Jornal de Estudos Psicológicos . Ano Sétimo - 1864. Trad. Evandro Noleto Bezerra [e outros]. Brasília: FEB, 2019. 4. KARDEC, Allan. Obras Póstumas , 35ª edição, Brasília: FEB, 2003.](https://static.wixstatic.com/media/d7af32_6f7428b907a840b0b8fec7e5da20472a~mv2.png/v1/fill/w_680,h_385,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_avif,quality_auto/Image-empty-state.png)
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