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É possível vender a alma a uma entidade maléfica?


Por: Fernanda Oliveira

“Do átomo ao arcanjo, da ignorância a verdade, do egoísmo

ao amor.” (Humberto Schubert Coelho).


As relações entre os seres encarnados e desencarnados são constantes e estão na ordem natural das coisas e não constituem fato sobrenatural, misterioso ou mágico. A Doutrina Espírita não dogmatiza, não faz imposições de ordem alguma, pregação e ou proselitismo. A proposta do Espiritismo é o crescimento e desenvolvimento cognitivo intelectual, moral, espiritual, social e psicológico - onde cada indivíduo é livre para escolher o seu caminho.


A alma é um Espírito encarnado, antes de se unir ao corpo a alma é um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível, os Espíritos são criados simples e ignorantes, evoluindo pelas escolhas e liberdade de agir.


Desde a infância somos influenciados por contextos sociais repletos de crenças, lendas, dogmas e ficção - geralmente suposições equivocadas sobre céu e inferno, Deus e Diabo são apreendidas em ideologias religiosas e povoam o imaginário dos Espíritas.


Para o Espiritismo, o bem e o mal, são facultativos e opcionais pois todas as nossas existências são solidárias umas com as outras. O Espírito não perde nada daquilo que adquire em suas existências, o seu desenvolvimento moral e intelectual é o mesmo em qualquer que seja o meio que está; tanto no mundo material ou espiritual.


Conforme a questão 549 de O Livro dos Espíritos não existem pactos ou contratos, na realidade existe conexão entre encarnados e desencarnados, a afinidade de pensamentos e valores cria a sintonia, os Espíritos que nos rodeiam não são ao acaso, na verdade é uma relação estreita. Na interação com os espíritos o indivíduo atrai aqueles que possuem o mesmo objetivo e a mesma disposição para aquelas atividades pretendidas.


Quando a intenção é produzir o mal, prejudicar alguém a interação será com Espíritos inferiores que vibram nesta sintonia e utilizam o medo para controlar, podendo muitas vezes passar de uma manipulação para um processo obsessivo. A aceitação desta relação acontece pelo sentimento de culpa, medo e assim o indivíduo vai ser influenciado e submisso à vontade do Espírito inferior. Semelhante atrai semelhante - o ser ligado ao bem não se sintoniza com o mal.


Nossas companhias espirituais possuem pensamentos semelhantes aos nossos e estão igualmente inseridos no nosso contexto diário. Quando um Espírito te obriga ou exige algo, pode desconfiar da natureza da comunicação, os bons Espíritos só inspiram e sugerem, respeitam o posicionamento e essa é a ligação com o bem, o bem não tem fronteiras, exigências ou trocas, o bem é o bem e não obriga ninguém a nada.


Sabendo ser imortal e tendo liberdade para escolher e modificar o indivíduo quando amadurece cria consciência, percebendo seu erro procura mudar seu caráter e pensamentos finalizando o liame com esses espíritos que exigem algo em troca de favores e vantagens. Os bons espíritos inspiram e respeitam as decisões, não interferem no livre arbítrio dos indivíduos e na liberdade de agir.


O pensamento atua em nós, atua sobre os fluidos como o som sobre o ar. As moscas vão onde os focos de deterioração as atraem, os Espíritos também se ligam pela sua comunhão de pensamentos. Nossas tendências pavimentam o nosso caminho, com a inteligência nasce o livre arbítrio e a responsabilidade pelas atitudes, o indivíduo precisa se aperfeiçoar por sua própria vontade e não por decorrência de qualquer coerção.


Os olhos da espiritualidade envolvem todo o Universo e os bons Espíritos estarão sempre presente onde forem chamados. Para os Espíritos superiores somos como livros abertos pois eles conseguem ler os nossos pensamentos, propósitos, intenções e sentimentos e estão sempre aptos a nos auxiliar, porém; todos os nossos valores são conquistas individuais, cada minuto da vida é essencial para percebermos o que está errado, não dando certo e em desarmonia com as leis naturais morais.


Com todo o exposto podemos perceber que não existe a possibilidade de vender a alma a nenhuma entidade maléfica e sim a ligação com espíritos inferiores e maus que se conectam com os nossos pensamentos e atitudes.


Vamos caminhando vigiando os nossos pensamentos e vontades, buscando agir sempre com ética e justiça.


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Referências:

1- Figueiredo, Paulo Henrique. Revolução Espírita. 2a edição. 2019 Editora Fundação Espírita André Luiz. São Paulo- S.P.

2- KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 1ª ed. - Campos dos Goytacazes/RJ - Editora Letra Espírita, 2022

3- Kardec, Allan. O que é Espiritismo?. 74 edição. 2009. Editora Instituto de Difusão Espírita: Araras-SP.

4- Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos.74 edição.1994. Editora FEB : Brasília- DF.

5- Kardec, Allan. A Gênese. 4 edição. 2019. Editora Fundação Espírita André Luiz. São Paulo-SP.


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