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Arte e mediunidade


Por: Maria Paula Vilela


“[..] toda arte elevada é sublime na Terra, porque traduz visões gloriosas do homem na luz dos planos superiores.” - André Luiz


Na obra “Os mensageiros”, psicografada pelo médium Chico Xavier, o espírito André Luiz narra a ocasião em que visitou o posto do socorro, onde ficou admirado com as obras de arte que estavam penduradas nas paredes, sobretudo com uma tela que representava o martírio de São Dinis, Apóstolo das Gálias, que tivera sua cabeça decepada nos primeiros tempos do cristianismo. Tal visão intrigou-o, pois ele se lembrava que vira a mesma obra na terra, eternizada pelo pintor francês Bonnat, porém relatou que a cópia que estava a vislumbrar era ainda mais bela que aquela que se recordava. Alfredo, administrador do posto de socorro, explicou-lhe que, na verdade, nem todas as obras de arte que se conhece são originalmente da terra. A obra que ele admirava era a criação de um artista cristão numa cidade espiritual ligada à França. O que ocorrera foi que o pintor Florentino Bonnat, no século passado, embora estivesse encarnado, visitou tal colônia no que ele considerou um sonho de inspiração e passou a tentar incansavelmente reproduzir no plano material a imagem que havia visto.


Essa passagem da obra mencionada exemplifica a relação íntima entre a arte e a mediunidade. O espírito do artista pode deixar o corpo material e chegar ao plano espiritual, podendo colher neste inspirações que podem ser traduzidas em grandes obras na terra, não só em pinturas, como no exemplo citado, mas também em músicas, livros, ciências, esculturas, dentre outras formas de arte. Além disso, ao elevarem seus pensamentos e manterem a frequência vibratória alta, através da lei da afinidade, os artistas atraem para perto espíritos superiores, que os inspiram ideias e pensamentos sublimes, auxiliando-os no processo de criação. Dessa forma, através das faculdades mediúnicas, os artistas terrestres são capazes de traduzir a beleza e esplendor dos planos superiores.


Na obra “O Consolador”, também psicografada por Chico Xavier, Emmanuel também menciona o tema da arte, definindo-a como a mais elevada contemplação espiritual por parte das criaturas, significando a mais profunda exteriorização do ideal. Ele aborda ainda que o artista verdadeiro é sempre o médium das belezas eternas e o seu trabalho, em todos os tempos, foi tanger as cordas mais vibráteis do sentimento humano, alçando-o da Terra para o infinito e abrindo, em todos os caminhos, a ânsia dos corações para Deus, nas suas manifestações supremas de beleza, de sabedoria, de paz e amor. Assim, Emmanuel reforça a relação da arte e da mediunidade, acrescentando que a finalidade dessa união é a contemplação humana, levando os indivíduos a se conectarem com as belezas do plano superior traduzidas pelo artista no plano material.


No entanto, da mesma forma que os planos espirituais superiores podem inspirar obras de arte elevadas, os espíritos e imagens dos planos inferiores também podem influenciar artistas a desenvolverem obras de conteúdos que incitam a baixa vibração energética. Desse modo, assim como todo encarnado no plano material, tanto os artistas quanto aqueles que contemplam suas obras devem elevar seus pensamentos para que a conexão entre os planos traduza e incite bons pensamentos e sensações, contribuindo para a elevação espiritual.



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Referências:

Arte na visão espírita – Mediunidade Hoje. TV mundo maior, 2019. Disponível em: <https://tvmundomaior.com.br/arte-na-visao-espirita-mediunidade-hoje/> acesso em 01 Ago 2021.


A visão dos espíritos sobre a arte. Feig, 2021. Disponível em: <https://feig.org.br/2021/01/05/a-visao-dos-espiritos-sobre-a-arte/> Acesso em 01 Ago 2021.


XAVIER, Francisco Cândido, Espírito André Luiz - Os Mensageiros - Disponível em: <http://bvespirita.com/Os%20Mensageiros%20(psicografia%20Chico%20Xavier%20-%20espirito%20Andre%20Luiz).pdf> Acesso em 01 Ago 2021.


XAVIER, Francisco Cândido, Espírito Emmanuel - O consolador - Editora FEB, 1940.

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