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Convidar os pobres e estropiados: o que jesus quis dizer?


Jéssica Araújo


 

Quantas festas e reuniões ao longo do ano todos participam, regados de comidas fartas e bebidas, sem ter a consciência de que alguém necessitado precisa de ajuda! Por vezes a vaidade e o egoísmo se fazem presentes e as pessoas ignoram que a caridade é algo que deve ser um hábito em nossas vidas.

Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” há um capítulo onde se esclarece esse tema, o Capítulo 13, intitulado “Que a mão esquerda não saiba o que faz a direita”, itens 7 e 8, “Convidar os pobres e os estropiados”. 

7 – Dizia mais ainda ao que o tinha convidado: Quando deres algum jantar ou alguma ceia, não chames nem teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos que forem ricos, para que não aconteça que também eles te convidem à sua vez, e te paguem com isso; mas quando deres algum banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás bem-aventurado, porque esses não têm com que te retribuir, mas ser-te-á isso retribuído na ressurreição dos justos. Tendo ouvido estas coisas, um dos que estavam à mesa disse para Jesus: Bem-aventurado o que comer o pão no Reino de Deus. (Lucas, XIV: 12-15)" (KARDEC, 2019, p. 138).

8 – “Quando fizeres um banquete, disse Jesus, não convides os teus amigos, mas os pobres e os estropiados”. Essas palavras, absurdas, se as tomarmos ao pé da letra, são sublimes, quando procuramos entender-lhes o espírito. Jesus não poderia ter querido dizer que, em lugar dos amigos, fosse necessário reunir à mesa os mendigos da rua. Sua linguagem era quase sempre figurada, e para os homens incapazes de compreender os tons mais delicados do pensamento, precisava usar de imagens fortes, que produzissem o efeito de cores berrantes. O fundo de seu pensamento se revela por estas palavras: “E serás bem-aventurado, porque esses não têm com o que te retribuir”. O que vale dizer que não se deve fazer o bem com vistas à retribuição, mas pelo simples prazer de fazê-lo. Para tornar clara a comparação, disse: convida os pobres para o teu banquete, pois sabes que eles não podem te retribuir. E por banquete é necessário entender, não propriamente a refeição, mas a participação na abundância de que desfrutas" (KARDEC, 2019, p. 138-139).

 

Na realidade em que vivemos, onde a imagem e o status social são mais valorizados, o ego e a vaidade gritam no ser para se mostrar melhor que o próximo.

Quantos não se relacionam e se mostram apenas com pessoas ‘’influentes’, com certo poder aquisitivo, valorizando algo que é vazio, sem propósito. Entretanto existem outros que ficam felizes na presença de parentes ou amigos com menos ‘’poderes’’.


Auxiliar pessoas que necessitam de algo, é praticar a caridade que tanto Jesus tentou ensinar a todos a sua volta, sem ostentações e com o coração puro.


Jesus prega o amor incondicional ao próximo, o desinteresse pessoal ao ajudar sem esperar nada em troca.


A caridade material se faz necessária ao tomarmos consciência das dores e sofrimentos do próximo, muitas vezes a necessidade material seja de alimentos, vestimentas, remédios e abrigo se é presente, como ser indiferente se Jesus prega o amor incondicional ao próximo? Negar o pão e a água aos necessitados é uma via contraria a caridade.


Porém, a caridade não é apenas oferecer comida a quem passa fome ou a água a quem tem sede, ampliar nossa capacidade de raciocínio é necessário, pois temos os mutilados e estropiados de alma, sofredores necessitando do Pão da alma. Espíritos que reencarnam em busca do seu alimento, da sua evolução espiritual. Esses necessitam de uma palavra, um ombro amigo, orientações sobre sua verdadeira morada, a pátria espiritual.


Assim como os encarnados necessitam de ajuda, os desencarnados que vagam sofredores necessitam de auxilio, necessitando de uma mão amiga. Aos nossos olhos matérias todos eles são invisíveis, mas esses são os convidados esperados ao banquete espiritual, que são as reuniões mediúnicas, onde se encontra auxilio e esclarecimento ao Espirito.


Fica claro a importância dos médiuns que auxiliam esses Espíritos infelizes, sustentado as reuniões. O trabalho dos doutrinadores que direcionam e promovem a luz do esclarecimento para que eles se libertem de seus conflitos e aceitem que a evolução do Espírito se faz necessário.


A caridade não se limita apenas a doações de comida, roupa, água, etc., pois a miséria pode ser assim como a fome, mas pode ser misérias emocionais, mas também miséria espiritual onde muitos espíritos sofredores ignoram sua atual situação.


Jesus nos deixou a maior e mais difícil lição, ajudar o próximo sem julgamentos, saber ouvir e servir!

 


Referência

Kardec, Allan, O Evangelho Segundo o Espiritismo, tradução de Matheus R. Camargo. 44ª reimp. fev. 2019 – Capivari/SP: Editora EME.

 

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