Eloisa Leal
E disse-lhes Jesus: “Na casa de meu pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar.” (João, 14:02)
Diante desta afirmativa de Jesus temos total consciência que a terra não é a única “casa” que pode nós servir de morada, e ele ainda exorta “vou preparar-vos lugar.” Claro, a cada um conforme suas obras, a cada um conforme reforma íntima.
O indivíduo dotado de seu livre arbítrio pode se manter exatamente igual, sem trabalhar nenhuma de suas más tendências, seguir na cegueira do próprio ser e contestar a cada passo as mudanças que ocorrem ao seu redor, sem possuir controle do externo e por vezes sem domínio próprio se deixa dominar ainda mais pelas más tendências que havia vindo a terra com a intenção de reparar, Mas o tempo não para e não espera ninguém segue seu curso de forma implacável, dando o tempo necessário para que cada indivíduo possa progredir moralmente, discernindo entre o bem e o mal.
No evangelho segundo o espiritismo Capítulo 18, “A porta estreita”, recebemos a seguinte orientação de Jesus: “Entrem pela porta estreita, pois a porta da perdição é larga e o caminho que a ela conduz é espaçoso, e há muitos que por ela entram. Como é pequena a porta da vida! Como o caminho que conduz a essa porta é estreito! E como há poucos que a encontram! (Mateus, 7:13 e 14).
Sendo assim, tamanho valor é dado a prática do bem, sendo que a maioria tem a teoria que pouco acrescenta sem obras. Justamente como disse o Divino Mestre na sua pregação: “São muitos os chamados, poucos os escolhidos.”
Diante dos tempos que estamos vivendo sabemos que a transição planetária cumpriu seu ciclo de provas e expiações e passou a partir do ano de 2019 para um mundo de regeneração, o progresso se deu neste mundo, mas não se deu em todas as criaturas que aqui habitam, assim começa a nossa dinâmica de compreender o exílio.
Mas afinal o que é Exílio? Exílio, expatriação forçada ou por livre escolha; degredo.
Degredo: em termo jurídico, pena de desterro ou exílio imposta judicialmente em caráter excepcional como punição de um crime grave, constituindo uma forma de banimento.
Assim como é conosco e com tudo mais que existe no universo a marcha do progresso é incessante para todos os mundos, estamos todos fadados ao bem o máximo que podemos fazer e prolongar por vontade própria nosso sofrimento diante de muitas expiações para reparar o mal que cometemos. Num mundo regenerado as criaturas são convidadas a olhar para dentro de si e fazer as mudanças necessárias para que possam vibrar em concordância com o novo ambiente que as acolhe.
Na clara explicação de Edgard Armond no trecho A passagem do milênio página 84 do livro Os exilados de Capela vemos como vai se dar as mudanças na terra e o que vai acontecer com seus habitantes:
“Já dissemos e mostramos que, de tempos em tempos, periodicamente, a humanidade atinge um momento de depuração, que é sempre precedido de um expurgo planetário, para que dê um passo avante em sua rota evolutiva. Estamos, agora, vivendo novamente um período desses e, nos planos espirituais superiores, já se instala o divino tribunal; seu trabalho consiste na separação dos bons e dos maus, dos compatíveis e incompatíveis com as novas condições de vida que devem reinar na Terra futuramente. No Evangelho, como já dissemos, está claramente demonstrada pelo próprio mestre a natureza do veredicto: passarão para a direita os espíritos julgados merecedores de acesso, aqueles que, pelo seu próprio esforço, conseguiram a necessária transformação moral; os já então incapazes de ações criminosas conscientes; os que tiverem dominado os instintos da violência, pela paz; do egoísmo, pelo desprendimento; da ambição, pela renúncia; da sensualidade, pela pureza. Todos aqueles, enfim, que possuírem em seus perispíritos a luminosidade reveladora da renovação, esses passarão para a direita; poderão fazer parte da nova humanidade redimida; habitarão o mundo purificado do Terceiro Milênio, onde imperarão novas leis, novos costumes, nova mentalidade social, e no qual os povos, pela sua elevada conduta moral, tornarão uma realidade viva os ensinamentos do Messias. Quanto aos demais, aqueles para os quais as luzes da vida espiritual ainda não se acenderam, esses passarão para a esquerda, serão relegados a mundos inferiores, afins, onde viverão imersos em provas mais duras e acerbas, prosseguindo na expiação de seus erros, com os agravos da obstinação. Todavia, a misericórdia, como sempre, os cobrirá, pois terão como tarefa redentora o auxílio e a orientação das humanidades retardadas desses mundos, com vistas ao apressamento de sua evolução coletiva.”
(Nota de esclarecimento: Essa citação do Livro Os exilados de capela trás menção de direita e esquerda referente a crucificação de cristo, onde haviam outras duas cruzes uma a sua direita com um homem arrependido de seus maus feitos e uma a sua esquerda com um homem que não se arrependeu e questionou até seu último suspiro os desígnios do divino mestre.)
Queira ou não queira, as mudanças batem à porta da humanidade lhes cobrando consciência diante de seus atos, O cristo de muitas maneiras nos alertou sobre os tempos que viriam, mas tem aqueles que seguem praticando e justificando o mal, esses serão exilados da terra, por não estarem em sintonia com os tempos de regeneração, No dia do juízo, quando o Cristo, sentado em seu trono, pedir-nos contas de nossos atos alguns com humildade se arrependerão e com total consciência aceitarão sua queda para mundos inferiores, vão colocar o egoísmo de lado e compreender a necessidade de mudança e reparação, tantos outros não aceitarão, inconscientes do mal que fizeram e sem se arrepender vão se sentir injustiçados e seguir sem querer ver os motivos que os levaram a ser exilados.
Seremos exilados da terra? Somente aqueles que permanecerem insistindo em suas más tendências.
REFERÊNCIAS:
A BÍBLIA. João, 14:02. Tradução de João Ferreira Almeida. Rio de Janeiro: King Cross Publicações, 2008.
ARMOND, Edgar. Os exilados de Capela, PDF. Acesso em 04/01/2021.
Dicionário online/via google, referente a exilados e degredo acesso em 06/01/2021.
KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 131. ed. 8. imp. (Ed. Histórica). Brasília: FEB, 2017.
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