Maristela Bondrin
Embora todos tenham a certeza de que um dia iremos desencarnar, a verdade é que quase nenhum de nós está verdadeiramente preparado para este fato, seja com o seu próprio momento, seja com a separação daqueles que amamos.
As doutrinas materialistas levam-nos a crer que no momento em que cessa o princípio vital em nossos órgãos e a vida se esvai, deixamos de existir e tudo aquilo que fomos, deve se perder no esquecimento com o passar do tempo.
Quando a chamada morte chega àqueles que amamos, a dor da separação e a sensação de perda quase nos enlouquecem e temos a impressão que tudo dentro de nós irá explodir. E é neste exato momento que passamos a questionar (se não o fizemos em momentos anteriores) se será possível que aquele ser tão amado tenha simplesmente deixado de existir. Algumas pessoas diante da separação pela morte se revoltam contra Deus, sem entender onde está Sua justiça e Seu amor.
Ledo engano de todos que assim possam pensar. A morte não existe.
Deus em Sua Sabedoria, Bondade e Amor não iria “brincar” de “criar” seres humanos, dando-nos a vida por períodos relativamente breves, em média de oitenta anos, alguns até nem chegam à idade madura, para muitas vezes, passarmos por tantas tristezas, decepções, angústias e misérias. Os motivos verdadeiros pelos quais cada um está neste mundo e o tempo que sua vida irá aqui durar, a doutrina espírita nos esclarece quando nos fala sobre a reencarnação.
Não obstante o credo a que a pessoa se dedique, é certo que a consolação para a dor da separação imposta no momento do desencarne, vem da certeza de que Deus não faz nada por acaso e que a chamada morte é somente uma passagem, uma viagem ao encontro da vida verdadeira: a vida no mundo espiritual. A vida em espírito.
Tudo neste mundo existe um momento para acontecer. Tempo de nascer e tempo de morrer (Ecle 3, 2) e, assim como é certo que um dia todos nós desencarnaremos, também é certo que aqueles que se vão, não morrem jamais, nem mesmo quando aqueles que aqui ficam tentam esquecê-los.
“Sabeis que a alma vive melhor desembaraçada de seu envoltório corporal; mães, sabeis que vossos filhos bem amados estão perto de vós; sim, bem perto; seus corpos fluídicos vos cercam, seus pensamentos vos protegem, vossa lembrança os embriaga de alegria; mas também vossas dores desarrazoadas os afligem, porque elas denotam uma falta de fé e são uma revolta contra a vontade de Deus”. (Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo V, item 21).
Que todos nós saibamos superar a dor, a tristeza e o desespero que o desencarne daqueles que amamos possam nos trazer confiantes no amor de Deus e nas palavras de Jesus presentes no Evangelho, e tão bem esclarecidas pela doutrina de amor e verdade que é o Espiritismo.
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