Por: Juliana Procópio
Comumente falamos que uma pessoa quando é má, é um ladrão inveterado, corrupto, assassino ou mentiroso quando morrem vão para o inferno. Para o espiritismo não existe essa denominação de inferno que seria o local da morada dos mortos em pecado condenados ao sofrimento eterno.
Segundo o dicionário Umbral é o local de entrada para um interior; limiar, assim um local para nos reconectar com nossa verdadeira essência e nos afastar dos sentimentos que a partir do egoísmo nos levaram a ele.
O umbral funciona como região destinada a esgotar os resíduos mentais, uma zona “purgatória” onde se expia as ilusões terrenas. Um lugar onde o espírito expurga os sentimentos mais vis que trouxeram a si sofrimento como o ódio, vingança, orgulho, ciúme, vaidade, rancor dos quais está impregnado.
Assim como as pessoas se atraem de acordo com sua afinidade enquanto estão encarnadas o mesmo ocorre após a morte. Já explicamos outras vezes que a sintonia que o nosso pensamento está atraem espíritos na mesma vibração. Portanto um espírito que se ilude na soberba e no ódio atraem consequentemente espíritos que estão na mesma vibração e que se aproximam para incentivar ou sentir as mesmas sensações do encarnado. É assim também com os vícios como fumar, beber, sexo inveterado onde os desencarnados se aproximam pelo prazer advindo das experiências dos seus obsediados.
Elas se juntam por afinidades e se mantém conectadas a esse grupo assim como na Terra. Sofrem os piores suplícios causados por sua consciência e em muitos casos se revoltam contra encarnados por não conseguirem perceber que são os responsáveis diretos por seus sofrimentos. Daí advém muita das obsessões.
Em o “Livro dos Espíritos”, Kardec pergunta na questão 234 sobre as estações ou pontos de repouso. Existem, como foi dito, mundos que servem de estações ou de pontos de repouso aos espíritos errantes? “Sim, há mundos particularmente atribuídos aos seres errantes, mundos nos quais podem habitar temporariamente, espécies de campos de repouso para erraticidade muito longas, que são sempre um pouco penosas. São posições intermediarias entre os outros mundos, graduados segundo a natureza dos Espíritos que podem atingi-los e que neles desfrutam maior ou menor bem estar.”
“Se a lógica nos conduz à individualidade da alma, nos leva também a outra consequência: que o destino de cada alma deve depender de suas qualidades especificas. Por justiça, as almas devem ter a responsabilidade de seus atos. Para que sejam responsáveis, é preciso que sejam livres para escolher entre o bem e o mal. Sem o livre arbítrio há fatalidade, e com a fatalidade não haveria responsabilidade.” Portanto são as escolhas do individuo que definem se o mesmo deverá passar pelo umbral da sua consciência.
“A cada um será dado de acordo com sua obra”, assim de acordo com o que praticamos e mentalizamos ao longo de nossa passagem pela Terra voltamos para alguma Colônia da qual fizemos parte ou vamos para o umbral. Mas essa “punição” é eterna? Segundo a questão 234 a 236 do “Livro dos Espíritos” não, pois os espíritos que se encontram nesses mundos podem deixá-los, para seguir o seu destino, pois essa posição é apenas temporária.
Ao se arrepender verdadeiramente de seus equívocos pretéritos e buscar o auxílio do Criador esses espíritos são resgatados por espíritos socorristas que estão preparados para levá-los postos de socorro localizados em todo o Umbral e que após um primeiro socorro os encaminham para as colônias propicias ao resgate individual e para o retorno ao aprendizado e futuro reencarne. E mesmo um espírito que se propôs a fazer o bem e continuar seu caminho evolutivo de boas ações em várias encarnações, pelo seu livre arbítrio e pelas influencias terrenas pode escolher um outro caminho para satisfazer seu egoísmo, assim acabam por passar algum tempo no umbral.
Segundo Kardec Nada existe de inútil na Natureza: cada coisa tem a sua finalidade, a sua destinação; nada é vazio, tudo é habitado, a vida se expande por toda parte. Portanto esse tempo no Umbral servirá ao espirito como resgate interno para seguir sua evolução. Assim como nos instruíram os espíritos na questão 235 do LE, os Espíritos progridem durante essas estações nos mundos transitórios. Os que assim se reúnem têm o fito de se instruírem e poder mais facilmente obter a permissão de ir a lugares melhores até chegar à posição dos eleitos.
Portanto sejamos vigilante em nossos pensamentos e atitudes de forma a evitarmos a negatividade, maledicência e atitudes que ferem o outro e a nós mesmo. Aprendamos a seguir no caminho do bem e do amor a si e ao próximo. Que possamos seguir no caminho do bem e assim nos encontrarmos com nossos entes queridos e seguir evoluindo sempre.
A felicidade é o caminho e caminhando estou.
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